Dezessete pessoas, entre elas cinco soldados americanos e cinco civis, morreram em atentados no Afeganistão, anunciaram nesta quinta-feira as autoridades afegãs.
Esta nova onda de violência acontece a duas semanas das eleições presidenciais e provinciais de 20 de agosto.
Na província de Helmand, no sul, uma das mais instáveis e perigosas do país, uma bomba explodiu quarta-feira na passagem de um trator com reboque - um modo de transporte corriqueiro no Afeganistão rural - cheio de pessoas que seguiam para uma festa de casamento, informaram nesta quinta-feira à AFP vários dirigentes afegãos.
Cinco civis morreram e outros cinco ficaram feridos, segundo o chefe da polícia da província, Assadullah Shairzad.
Mais cedo, o ministério do Interior afegão anunciou um balanço de 21 mortos e cinco feridos.
No entanto, horas depois, Shairzad deu um balanço menos elevado da tragédia. "Temos agora informações mais recentes segundo as quais cinco civis morreram e outros cinco ficaram feridos", declarou.
O atentado, cometido no distrito de Garmser, não foi reivindicado.
Os talibãs desmentiram qualquer envolvimento no ataque.
Garmser é um dos distritos onde cerca de 4.000 marines americanos trabalham desde o início de julho para garantir a segurança na perspectiva das eleições de 20 de agosto.
As bombas caseiras colocadas na beira das estradas são as armas mais mortíferas utilizadas pelos rebeldes talibãs no Afeganistão.
No oeste do país, cinco soldados americanos morreram quarta e quinta-feira na explosão de artefatos deste tipo.
Quatro destes soldados morreram nesta quinta-feira "quando o veículo onde estavam se chocou contra uma bomba caseira", informou em comunicado a Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), subordinada à Otan.
Outro militar morreu quarta-feira na explosão de uma bomba semelhante, depois de uma patrulha ter trocado tiros com rebeldes vistos colocando artefatos, disse a Isaf em um comunicado anterior.
Em outro distrito de Helmand, mais uma bomba colocada à beira da estrada explodiu nesta quinta-feira na passagem de uma viatura de polícia, matando cinco policiais e ferindo três, informou o ministério do Interior.
Os ataques em Helmand foram condenados pelo presidente afegão, Hamid Karzai.
No leste do país, entre Cabul e Jalalabad, rebeldes atacaram um comboio de caminhões-tanques que transportavam gasolina para as forças internacionais, matando dois caminhoneiros e ferindo um terceiro, acrescentou o ministério do Interior.
Estes anúncios foram feitos no momento em que o novo secretário-geral da Otan, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, faz sua primeira visita ao Afeganistão. Na noite de ontem (quarta-feira), ele prometeu "maiores esforços militares e civis".