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Elie Wiesel e 44 prêmios Nobel assinam carta de apoio a dissidentes do Irã

O prêmio Nobel da Paz, Elie Wiesel, e outros 44 laureados, entre eles o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, publicaram nesta segunda-feira uma carta aberta endereçada a Shirin Ebadi e aos demais dissidentes iranianos, conclamando-os "a não perder a esperança" depois das questionadas eleições presidenciais de 12 de junho no Irã. Na carta, pedem a Shirin Ebadi, quem recebeu o Nobel da Paz em 2003 por suas ações a favor dos direitos humanos no Irã, e a todos os opositores do presidente Mahud Ahmadinejad "a não se sentirem abandonados". "Nós, os assinantes deste documento, condenamos firmemente as flagrantes violações aos direitos humanos que ocorreram depois das presidenciais no Irã", escrevem os cientistas e intelectuais na carta aberta que ocupa uma página inteira do New York Times e da edição internacional do International Herald Tribune. O encarte foi financiado pela Fundação Elie Wiesel, com sede em Nova York. Elie Wiesel, prêmio Nobel da Paz em 1986, disse à AFP que este gesto tem como objetivo "tranquilizar os que se opõem à ditadura (iraniana) para que não se sintam abandonados. Para mim, a pior das torturas é a de me sentir abandonado". Para Wiesel, o "Irã é uma ditadura (...). E sob uma ditadura, sempre dou privilégio às vítimas" Wiesel, que sobreviveu ao Holocausto, disse que não entrou em contacto com Shirin Ebadi, por "temor de represálias" contra ela. Entre os assinantes estão o escritor nigeriano Wole Soyinka, prêmio Nobel de Literatura em 1986, e a irlandesa, Betty Williams, prêmio Nobel da Paz em 1976.