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Morre partidário de Zelaya baleado em manifestação

Tegucigalpa - O professor baleado na quarta-feira passada durante uma manifestação para exigir a volta do presidente deposto, Manuel Zelaya, a Honduras, morreu neste sábado no hospital. Roger Abraham Vallejo, 38 anos, foi atingido na cabeça quando policiais dispersavam manifestantes na região do Mercado Belén, no norte de Tegucigalpa. "Fomos informados, à 01H00 da manhã, que Roger morreu. Será velado até a próxima terça-feira porque virão alguns irmãos da Suíça", revelou Eulogio Chávez, presidente do Colégio de Professores da Educação Média de Honduras (Copemh). O professor estava internado no hospital do Seguro Social, onde foi operado. Vallejo, que trabalhava no Instituto San Martín, no centro de Tegucigalpa, era membro do Copemh e participava das manifestações para exigir o retorno de Zelaya, derrubado por um golpe militar em 28 de junho passado. Os incidentes que levaram à morte do professor começaram quando a polícia hondurenha, apoiada por militares, dispersou com violência uma manifestação de partidários de Zelaya que bloqueava a estrada que liga Tegucigalpa a San Pedro Sula, a capital econômica do país. Após a primeira ação, os manifestantes se reagruparam em torno do Mercado Belén, onde foram novamente assediados pela polícia de choque, quando várias pessoas ficaram feridas por golpes de cassetete e o professor foi baleado. Segundo testemunhas, os policiais utilizaram balas de chumbo e não de borracha, como é padrão nestes casos. A polícia deteve ainda cerca de 30 manifestantes, incluindo o candidato presidencial independente Carlos H. Reyes e o sindicalista Juan Barahora. Durante os confrontos, vários jornalistas também foram agredidos pela polícia. O professor é a terceira vítima fatal dos confrontos entre a polícia e partidários de Zelaya, após a morte de Isis Murillo, durante a tentativa de retorno do presidente deposto ao país, de avião, pelo aeroporto Toncontín, no sul de Tegucigalpa; e de Pedro Muñoz, um jovem que apareceu morto depois de ser preso pela polícia na região de fronteira entre Honduras e Nicarágua.