As tensões entre a Venezuela e a Colômbia foram tratadas na quarta-feira (29/7) pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez. Comunicado divulgado pelo Palacio de Miraflores diz que Chávez falou sobre o "perigo e a ameaça" que representa a intenção norte-americana de instalar bases militares na Colômbia - acordo nesse sentido está sendo negociado entre os dois países. O Brasil está disposto a ajudar na reconciliação entre os governos venezuelano e colombiano.
"Ontem, o presidente Lula recebeu um telefonema do presidente Chávez e atuou nesse sentido de ajudar, reconhecendo as preocupações, mas querendo sempre contribuir para que as questões sejam resolvidas pelo diálogo", afirmou hoje (30/7) o chanceler Celso Amorim. Também ontem, ele já havia pedido maior transparência da Colômbia quanto ao acordo militar em negociação, de forma a diminuir os atritos na região. Propôs inclusive que o assunto fosse discutido do Conselho Sul-Americano de Defesa.
De acordo com o comunicado do governo venezuelano, Lula e Chávez também falaram sobre a situação política em Honduras, manifestaram preocupação e ressaltaram a necessidade de aumentar as pressões internacionais sobre o governo de fato para "garantir a restituição do presidente Zelaya e a democracia nesse país irmão".
Lula teria confirmado presença na II Cúpula América do Sul - África, que será realizada nos dias 26 e 27 de setembro em Caracas. Os dois presidentes ainda trataram da visita à Venezuela do assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia. Ele estará em Caracas amanhã e sábado. Nos dias 19 e 20 de agosto será a vez do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, visitar a Venezuela, acompanhado de uma delegação de empresários brasileiros.
Os dois presidentes devem ter mais uma de suas reuniões trimestrais em setembro, em data ainda a ser confirmada.