O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya regressou neste sábado a Las Manos, fronteira entre Nicarágua e Honduras, onde diz que "organiza a resistência".
Zelaya está a 100 metros da linha de fronteira anunciando a seus partidários que passará o final de semana no local e que levantará acampamento; do outro lado pode-se ver uma fileira de militares e policiais de prontidão.
"Estamos organizando a resistência", afirmou Zelaya, aplaudido por cerca de cem populares.
O clima de tensão aumentou neste sábado na fronteira, depois que um jovem hondurenho apareceu morto numa estrada rural na zona limítrofe com a Nicarágua; partidários do presidente deposto Manuel Zelaya culparam a polícia pelo crime.
Jornalistas da AFP chegaram a ver o corpo do jovem, deixado na rua, com sinais de espancamento e ferimentos produzidos por arma branca, ao mesmo tempo em que seguidores de Zelaya impediam o acesso ao local pela polícia e pelos médicos legistas.
"Ontem (sexta-feira) ele foi visto levado pela polícia" quando participava de manifestações pela volta de Zelaya, em El Paraíso, a 10 km da fronteira nicaraguense, anunciou a Rádio Globo hondurenha.
O corpo do homem, identificado por amigos como Pedro Madriel Muñoz Alvarado, de 23 anos, "apareceu com sinais de tortura, e de que teria sido executado", acrescentou a emissora, considerada um dos poucos meios hondurenhos que mantém linha crítica ao governo de Roberto Micheletti.
Algumas pessoas disseram à AFP que a vítima vivia em Colonia San Francisco, um bairro de classe operária de Tegucigalpa.