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Eleição no Quirguistão foi fraudada, dizem observadores

A eleição presidencial no Quirguistão, cujo atual presidente venceu com a maioria dos votos, foi marcada por fraudes, como pessoas votando mais de uma vez e irregularidades na contagem dos votos, disseram hoje observadores internacionais. A avaliação preliminar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) pode dar sustentação à determinação da oposição em protestar contra o pleito realizado ontem. O presidente Kurmanbek Bakiyev venceu a eleição com cerca de 85% dos votos, segundo a contagem oficial, que já apurou três quartos dos votos.
[SAIBAMAIS]
A estabilidade no Quirguistão, um país de 5 milhões de pessoas na fronteira oeste da China, é de grande interesse tanto da Rússia quanto dos Estados Unidos. O país abriga uma base militar norte-americana que é crucial para as operações dos EUA no Afeganistão, além de ser alvo de uma competição de influência entre Washington e Moscou.

O relatório dos observadores internacionais informa ainda que, além de fraudes na eleição, Bakiyev usou recursos públicos para a campanha presidencial, que deu a ele um novo mandato de cinco anos, diz o relatório, qualificando a eleição como "decepcionante". "Infelizmente, esta eleição não mostrou o progresso que estávamos esperando e mais uma vez o país não atingiu os padrões com os quais havia se comprometido como integrante da OSCE", disse a monitora chefe Radmila Sekerinska, em comunicado.

O principal candidato da oposição, Almazbek Atambayev, disse que a eleição foi fraudulenta e pediu a realização de um novo pleito. Ele disse que casos de pessoas depositando mais de um voto na urna foram comuns, que os monitores eleitorais foram intimidados e o resultado oficial foi alterado. Atambayev conquistou apenas 5% dos votos, segundo resultados parciais.