O líder comunista cubano Fidel Castro criticou nesta quarta-feira (22/7) a mediação na crise hondurenha efetuada pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, a quem acusou de ser manipulado pelos americanos em benefício dos golpistas.
[SAIBAMAIS]Em comentário publicado pela imprensa local, o ex-presidente cubano afirmou que as propostas (rejeitadas) emitidas sábado por Arias, principalmente sobre a formação de um governo de união nacional, significavam "um ato de capitulação de Manuel Zelaya", o presidente hondurenho deposto.
Segundo Fidel, o departamento de Estado americano "deu" a Arias, prêmio Nobel da Paz em 1987 por seu papel na resolução dos conflitos na América Central, "a missão de apoiar o golpe de Estado militar em Honduras, sitiado pela pressão popular" com o objetivo de "ganhar tempo".
Questionado pela AFP sobre esta reflexão, o embaixador da Costa Rica em Havana, José Maria Penabad, cujo país normalizou suas relações com Cuba há quatro meses, respondeu que "o senhor Fidel Castro é um ex-presidente, e a Costa Rica respeita o princípio da liberdade de expressão".
O 'Comandante' de Cuba ainda qualificou Arias de "político neoliberal, talentoso, calculista e aliado fiel dos Estados Unidos".
"Amanhã, aparecerá a imagem petrificada de Arias explicando que elaborou tal e tal proposta de solução para evitar a violência. Acho que até Arias caiu na armadilha montada pelo departamento de Estado", prosseguiu Fidel Castro, que vai fazer 83 anos e não vem aparecendo em público desde que entregou o poder a seu irmão Raúl por motivos de saúde, há três anos.
O líder comunista voltou a acusar "a extrema direita" americana próxima ao ex-presidente George W. Bush de ter fomentado este golpe de Estado militar, com o apoio do departamento de Estado.
Zelaya foi expulso de Honduras pelos militares no dia 28 de junho. Um governo de fato foi instalado, mas não é reconhecido pela comunidaade internacional. O presidente Barack Obama condenou o golpe e disse ainda considerar Zelaya como o verdadeiro presidente de Honduras.