Ainda sob efeito dos decepcionantes números de sua mais recente pesquisa de popularidade, o presidente americano, Barack Obama, convocou para o horário nobre desta quarta-feira (22/7) uma entrevista coletiva ao vivo, numa tentativa de conter o crescente número de críticas contra suas políticas econômica e de saúde pública.
Uma pesquisa USA Today/Gallup divulgada na terça-feira indica uma queda na aprovação do presidente, que baixou a 55%, enquanto seu nível de desaprovação disparou 16 pontos, chegando a 41%. Será a quarta coletiva deste tipo desde a chegada de Obama à Casa Branca, em janeiro.
[SAIBAMAIS]A freada nos números de aprovação de Obama, que se mantinham em níveis estratosféricos desde sua eleição, acontece num movimento paralelo à desaceleração econômica nos Estados Unidos, com um aumento do pessimismo entre os americanos acerca da duração da crise.
O assessor da Casa Branca David Axelrod disse, no entanto, que a "turbulência" era previsível, expressando sua confiança no apoio do público ao governo.
"Fundamentalmente, as pessoas gostam deste presidente, e acreditam que ele é inteligente, capaz e forte, e está tentando fazer a coisa certa", declarou ao jornal USA Today.
Infelizmente para Obama, no entanto, a pesquisa também aponta para o fato de 50% do eleitorado americano desaprovar suas políticas para o sistema público de saúde (apenas 44% apóiam).
Na coletiva desta quarta-feira, marcada para as 20H00 locais (0h GMT de quinta), o presidente americano deve abordar questões como o Iraque e as tensões com Israel, mas o foco principal deve ser, de fato, a problemática interna americana.
Tendo como pano de fundo as desconfortáveis altas do déficit e do desemprego, Obama terá pela frente um dos mais difíceis testes de seu mandato até agora ao falar sobre a desejada reforma do sistema de saúde.
Os ambiciosos planos do presidente, de fazer com que todos tenham acesso a um sistema público de saúde de qualidade, deixaram de cabelo em pé uma parcela da população, que se pergunta quem pagará esta conta, e foram recebidos com ceticismo até mesmo por alguns democratas.
O porta-voz da Casa Branca Robert Gibbs disse na terça-feira que alguns parlamentares republicanos estavam trabalhando ao lado de democratas para elaborar o rascunho da legislação da reforma, cujo objetivo é garantir o acesso generalizado à saúde pública, incluindo os 46 milhões de americanos que atualmente não estão cobertos por nenhum plano.