Jornal Correio Braziliense

Mundo

Cúpula do Mercosul vai discutir gripe suína e crise hondurenha

O combate à gripe suína e o golpe de Estado em Honduras dominarão a agenda da 37ª edição da Cúpula do Mercosul que começa nesta quinta-feira (23/7) em Assunção com a participação de sete presidentes americanos, entre eles Luiz Inácio Lula da Silva, que já confirmou presença. "A situação sanitária na região, marcada por fatos pontuais que merecem máxima atenção, estará na agenda do encontro. Haverá duas declarações sobre o assunto", disse o presidente do Paraguai, anfitrião do encontro, Fernando Lugo. [SAIBAMAIS]"O tema da pandemia da gripe suína está nos roubando a Cúpula", disse à AFP o vice-ministro das Relações Econômicas e Integração e coordenador-geral da Cúpula, Oscar Rodríguez. Os ministros de Saúde da região, inclusive o do México, onde começou a pandemia, intercambiarão experiências e delinearão critérios de saúde comuns. Espera-se ainda um pronunciamento conjunto na Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) em relação à distribuição equitativa de uma eventual vacina na América Latina, uma região que soma pelo menos 480 mortes vinculadas à gripe A (H1N1), ou aproximadamente de dois terços dos casos fatais em todo o mundo, a um mês do fim do inverno no hemisfério sul. Lugo também indicou que haverá uma declaração sobre a crise hondurenha, com apoio ao retorno do presidente deposto Manuel Zelaya a seu cargo. A chamada "Cúpula social do Mercosul", que está sendo preparada por universitários, agremiações, trabalhadores, camponeses e indígenas partidários do governo de Lugo, anunciou uma manifestação de apoio a Zelaya durante o encontro dos presidentes do bloco. No encontro de Assunção participam os presidentes de Brasil, Argentina (Cristina Kirchner), Uruguai (Tabaré Vázquez), Chile (Michelle Bachelet), Bolívia (Evo Morales). Rafael Correa, do Equador, cancelou sua participação, e Hugo Chávez ainda não confirmou presença. Na reunião, eles discutirão a entrada em vigor em 2010 das moedas próprias para transações comerciais entre todos os membros plenos do bloco, já vigente entre Brasil e Argentina. Os quatro sócios plenos (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) avançarão em um sistema de distribuição da renda aduaneira, antes da eliminação da dupla cobrança da tarifa externa comum (TEC). Os presidentes aprovarão o aumento dos chamados fundos de convergência do Mercosul e sua redistribuição não somente para obras de infraestrutura (estradas, pontes), mas a integração da produção.