QUITO - Uma eventual investigação pelo recebimento de ajuda financeira das Farc na primeira campanha eleitoral realizada pelo presidente do Equador, Rafael Correa, não o impedirá de cumprir o segundo mandato, e "é muito difícil" que conduza à sua destituição, anunciou nesta quarta-feira a máxima autoridade eleitoral.
Essa situação acontecerá independentemente de qualquer punição, explicou o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Omar Simon.
Correa foi eleito em 2006 para governar por quatro anos, mas graças a uma reforma constitucional impulsionada por seu governo, apresentou-se nas eleições antecipadas de abril, conseguindo um segundo mandato, até 2013, e que começará no dia 10 de agosto.
Sua primeira eleição, no entanto, está no centro de um debate depois de divulgado, na Colômbia, um vídeo no qual a guerrilha das Farc fala "de uma ajuda em dólares" à campanha presidencial de 2006.
Correa nega qualquer relação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), destacando que a fita de vídeo poderia ser uma montagem orquestrada por Bogotá - governo com o qual rompeu relações diplomáticas em março de 2008 -, para desprestigiá-lo.
Segundo a autoridade do CNE, o caso pode derivar em investigação "sempre e quando alguém entre com um processo pedindo revisão de contas".
"Sobre o presidente pesa a possibilidade de um impeachment, mas é muito difícil que isto se aplique uma vez que as suspeitas recaem sobre a campanha de 2006", explicou.
A lei eleitoral proíbe o recebimento de contribuições do exterior e de origem ilícita.