Nova Délhi - O ministro indiano do Meio Ambiente e Florestas, Jairam Ramesh, reafirmou hoje que o governo da Índia não irá aceitar pressões para limitar as emissões de carbono. "Simplesmente, não há espaço para que nós - que temos um dos menores níveis de emissão por pessoa - tenhamos que reduzir as emissões", afirmou ele, após encontro com a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton.
A afirmação de Ramesh contrasta com as declarações de Hillary que saiu otimista do encontro, dizendo que um eventual acordo sobre a questão climática beneficiaria a Índia. Ramesh lembrou que além da pressão para reduzir as emissões, o país ainda enfrenta ameaça de sofrer tarifas sobre suas exportações, por conta das emissões de carbono.
Hillary afirmou que Ramesh apresentou um "argumento justo", mas lembrou que a justificativa indiana perde força por causa do rápido crescimento absoluto do nível de emissões de carbono pelo país. Mais cedo, ela havia dito que esperava chegar a um acordo satisfatório com a Índia sobre a questão. Ela terá encontros amanhã com os representantes do governo indiano para tratar de outras questões, incluindo a questão nuclear.
Os dois países estão definindo os detalhes de um acordo que daria às companhias norte-americanas a exclusividade sobre as vendas de reatores nucleares para a Índia e facilitaria as vendas de equipamentos de defesa norte-americanos. Hillary deve assinar amanhã acordos sobre um ou dois destes pontos, assim como anunciar o estreitamento de acordos de cooperação entre os dois países em educação, agricultura e ações antiterrorismo.
A Índia é vista pela nova administração americana como uma parceira crucial na luta contra as mudanças climáticas, assim como a China e o Brasil.