A Indonésia acusou neste sábado um grupo clandestino dirigido por um islamita radical malásio de estar por trás do duplo atentado suicida em Jacarta, onde a segurança foi reforçada em locais públicos.
Os dois atentados, que mataram oito pessoas segundo um novo balanço, não foram assumidos, mas não há dúvida, para as autoridades indonésias, de que eles tenham sido cometidos com participação do Noordin Top.
Este malásio é "o homem mais procurado do Sudeste da Ásia" desde os atentados atribuídos à rede terrorista Jemaah Islamiyah (JI) que cometeu muitos ataques mortíferos no início da década na Indonésia.
"Há fortes indicações de que o grupo de Noordin Top esteja por atrás destes ataques", declarou neste sábado à AFP Ansyaad Mbai, o chefe do serviço antiterrorismo do ministério da Segurança.
O modus operandi seguido pelos camicases que se explodiram nos dois restaurantes dos hotéis Marriott e Ritz Carlton corresponde às táticas empregadas anteriormente pela JI, segundo ele.
Além disso, as bombas são "idênticas" a engenhos explosivos encontrados há alguns dias pela política numa casa que teria servido de esconderijo para Noordin Top em Cilacap (oeste da ilha de Java), explicou Mbai.
Noordin Top, de idade estimada entre 40 a 50 anos, é considerado um dos principais organizadores dos atentados de Bali (202 mortos em 2002, 20 mortos em 2005), do hotel Mariott de Jacarta (12 mortos em 2003) e da embaixada da Austrália (10 mortes em 2004).
Esta onda de atentados terminou em 2005 com a detenção de centenas de militantes e de simpatizantes da JI. Mas, apesar da mobilização das autoridades indonésias, sustentadas ativamente pelos EUA e a Austrália, Noordin Top conseguiu escapar à perseguição policial. Alguns especialistas dizem que ele já se desligou do grupo.
Entretanto, o presidente Susilo Bambang Yudhoyono, recentemente reeleito para um segundo mandato de cinco anos, garantiu que a volta do terrorismo não ameaçará a estabilidade e o desenvolvimento econômico do país, mesmo que o turismo seja afetado.
Por medida de prevenção, as autoridades pediram aos grandes hotéis e os centros comerciais que aumentem seu nível de segurança. No total, 500 militares foram mobilizados para ajudar a polícia, caso necessário.
O nível de vigilância foi aumentando na Malásia e nas Filipinas, por temores de que grupos radicais locais sigam o exemplo dos camicases de Jacarta.