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Reuniões para solucionar crise em Honduras recomeçam no sábado

O presidente em exercício de Honduras, Roberto Micheletti, anunciou nesta segunda-feira (13/7) que as negociações para resolver a crise política que tomou conta do país desde o golpe de Estado de 28 de junho recomeçarão no sábado, com a mediação da Costa Rica. "Fomos informados oficialmente de que talvez sejamos convocados novamente à Costa Rica no sábado", declarou Micheletti durante a cerimônia de posse do novo chanceler de seu governo, Carlos Lopez. [SAIBAMAIS]As negociações entre as delegações de Micheletti e do presidente destituído Manuel Zelaya foram encerradas sexta-feira em San José sem que se tenha avançado no ponto principal: a volta de Zelaya à presidência de Honduras, como exige a comunidade internacional. Os Estados Unidos exigiram novamente nesta segunda-feira o restabelecimento da ordem democrática em Honduras. Entretanto, Micheletti continua se firmando no poder e nomeando novos ministros para seu governo. Nesta segunda-feira, além de Lopez, tomaram posse Valerio Gutierrez (Recursos Naturais) e membros do Conselho do Instituto da Propriedade. Os hondurenhos tentavam nesta segunda-feira fazer suas vidas voltar à normalidade, no primeiro dia sem toque de recolher desde o golpe de 28 de junho. Enquanto isso, crescia a pressão internacional sobre Micheletti e seu governo, com apelos pelo restabelecimento imediato da ordem constitucional e o congelamento de fundos de ajuda por parte de organismos multilaterais de crédito como o FMI. "A suspensão da ajuda internacional é gravíssima, porque cerca de um terço do Orçamento Nacional - aproximadamente 1,5 bilhão de dólares - dependem de ajuda bilateral e multilateral", declarou à AFP o economista Nelson Avila, ex-assessor de Zelaya. O economista Martín Barahona, ex-presidente do Colégio de Economistas de Honduras, advertiu por sua vez que o país só "tem capacidade de se sustentar de forma autônoma por mais quatro ou cinco meses". "Nas atuais condições, é impossível que um governo consiga resistir por mais de seis meses", concordou Wilfredo Girón, professor de Economia da Universidade Nacional Autônoma de Honduras. O terceiro país mais pobre da América Latina vai, além disso, ficar sem os 200.000 barris de petróleo com preços reduzidos que a Venezuela de Hugo Chavez, aliado de Zelaya, deixou de fornecer. São medidas duras para uma economia já golpeada pela queda das principais exportações (café, banana, têxteis).