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Grã-Bretanha teria decretado embargo de armas a Israel

A Grã-Bretanha impôs um embargo à venda de armas a Israel como resposta à ofensiva do exército hebreu na Faixa de Gaza entre dezembro e janeiro passados, segundo uma fonte da chancelaria de Israel. "O Foreign Office informou na semana passada à embaixada de Israel em Londres que, depois de uma decisão do Parlamento, a Grã-Bretanha interrompeu a venda de certas categorias de armas", declarou à AFP uma fonte do ministério das Relações Exteriores de Israel que pediu anonimato. De início, a embaixada britânica em Tel Aviv desmentiu a informação, asegurando que Londres está apenas comprovando que "certas exportações de armas estavam de acordo com a lei, que proíbe o uso contra civis". Segundo a imprensa britânica, a porta-voz da embaixada em Tel Aviv, Karen Kaufman, explicou que a suspensão da exportação de armas para Israel teria sido parcial, depois de o país ter violado presumilvelmente os critérios europeus e britânicos para uso dos armamentos durante a ofensiva na Faixa de Gaza. Um funcionário israelense chegou a criticar o embargo, fruto, segundo ele, da pressão de "grupos extraparlamentares e de ONGs". [SAIBAMAIS]O embargo diz respeito a cinco categorias de armas sobre 182, das quais 35 estão destinadas à Marinha de Guerra, segundo a mesma fonte. Uma dessas categorias corresponde ao abastecimento de armas e peças de reposição dos lança-mísseis Saar 4 ou 5 da Marinha de Guerra, depois de seu uso durante a ofensiva en Gaza que causou 1.400 mortos palestinos entre 27 de dezembro e 18 de janeiro. O chanceler israelense, Avigdor Lieberman, minimizou a decisão. "Já houve embargos no passado e conseguimos seguir adiante. Isto não nos deveria incomodar", declarou à rádio estatal, em referência ao embargo decretado pela França contra Israel depois da guerra de junho de 1967. A organização humanitária palestina Al Haq se apresentou em fevereiro à justiça britânica para exigir uma investigação sobre as relações entre o governo britânico e Israel, especialmente o prosseguimento das vendas de armas a despeito do direito internacional. As sanções estão cheias de simbologia política: acontecem num momento em que o governo de Israel recebe muitas pressões das potências internacionais para congelar a construção dos assentamentos na Cisjordânia e aceitar a criação de um Estado Palestino, convivendo com Israel. O responsável por politica externa da União Europeia, Javier Solana, propôs no final de semana à ONU estabelecer um prazo para a criação de um Estado Palestino "mesmo sem um acordo entre as partes". Atualmente, 95% das armas fornecidas para o Exército israelense vêm dos Estados Unidos. As importações da Grã-Bretanha representam cerca de apenas 1% do total.