Jornal Correio Braziliense

Mundo

Traficantes mexicanos lançam ofensiva inédita contra as forças de ordem

A prisão do chefe do cartel mexicano 'La Familia', que atua no estado de Michoacán (oeste), desatou neste fim de semana uma investida inédita dos traficantes de drogas do país, com oito ataques contra postos da Polícia Federal que deixaram um saldo de quatro mortos. [SAIBAMAIS]Depois da prisão de Arnoldo Rueda, ou La Minsa" - apontado como o número dois de 'La Familia' -, os integrantes do bando desataram uma espiral de violência sem precedentes com o uso de armas de grosso calibre e granadas de fragmentação. No sábado foram atacadas seis bases da PF em Michoacán com o saldo de três agentes mortos e 18 feridos, enquanto que, neste domingo, foram registrados dois ataques, nos quais morreu um dos supostos traficantes. Por sua hierarquia, a prisão de 'La Minsa' afeta de maneira significativa a estrutura criminal do 'La Familia', explicou Rodolfo Cruz, chefe regional da PFP. O cartel 'La Familia' surgiu no cenário da violência ligada ao narcotráfico em outubro de 2006, quando desconhecidos entraram num bar para jogar cinco cabeças humanas na pista de dança e junto uma mensagem. "'La Familia' não mata por dinheiro, não mata mulheres, não mata inocentes. Só morre quem deve morrer. Saibam todos: isso é justiça divina", afirmava o texto. Em outras mensagens publicadas inclusive em jornais, o grupo assegura que sua missão era combater o tráfico de drogas, o sequestro e a extorsão, mas, posteriormente, segundo as autoridades, se aliou ao cartel do Golfo, com o quem rompeu em 2008 para controlar seus próprias rotas de droga, o que desatou uma guera violenta entre as duas organizações. Michoacán, de onde o presidente Felipe Calderón é originário, é um dos estados onde se encontram posicioandos militares e policiais federais como parte da operação federal de mais de 36.000 elementos contra o crime organizado, responsável, segundo as autoridades, por mais de 7.700 mortes violentas desde 2008. No final de maio passado, dez prefeitos, um juiz e 14 funcionários públicos de Michoacán foram detidos por sua suposta cumplicidade com o narcotráfico.