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Diálogo hondurenho em San José termina com promessa de mais negociações

As negociações entre o governo interino de Honduras e os representantes do presidente deposto, Manuel Zelaya, terminaram nesta sexta-feira, em San José, com a promessa de um nova rodada de conversações, em breve, informou o presidente da Costa Rica e mediador do encontro, Oscar Arias As duas partes "acertaram continuar com as conversações o mais rápido possível" para concluir este processo de diálogo, destacou Arias ao final de cinco horas de debates, no segundo dia do encontro. "Nos próximos dias anunciaremos a data da próxima reunião", disse Arias, estimando que todo o processo "vai exigir tempo". "É inviável que em apenas uma reunião possamos resolver conflitos tão profundos como os que dividem a família hondurenha", disse Arias sobre a falta de acordo para a crise desatada em Honduras com o golpe de Estado que derrubou Zelaya, em 28 de junho passado. Arias rebateu as críticas que recebeu do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, por sua mediação, e estimou que os "acordos" que surgirem destas negociações "desmentirão suas afirmações". "Aos que criticam nossas intenções, digo que não serei eu ou os delegados que desmentiremos suas afirmações, e sim os acordos (...) e a paz que voltará a Honduras", destacou o líder costarriquenho. O presidente da Costa Rica pediu que "deixem os centro-americanos resolver os problemas dos centro-americanos, tal como fizemos há 22 anos", em referência aos acordos de Esquipulas, que pacificaram a região e deram a Arias o Prêmio Nobel da Paz. Chávez disse que o diálogo em San José é um "erro crasso que vem do Norte". As conversações começaram na quinta-feira, na residência oficial de Arias, cuja mediação é apoiada pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional, mas ao final de dois dias as partes não conseguiram resolver um ponto central: a exigência de Zelaya de voltar ao poder. A delegação de Zelaya destacou que o conflito hondurenho excede as fronteiras de seu país e agora envolve todo o mundo. "Não é mais um problema exclusivo dos hondurenhos, é um problema dos centro-americanos, dos latino-americanos, do hemisfério ocidental, é um problema do mundo", disse Milton Jiménez, membro da equipe do presidente deposto.