Os países membros do G8 querem "uma solução diplomática" para a questão do Irã", suspeito de desenvolver um programa nuclear com objetivos militares, e estão "profundamente preocupados" com os distúrbios pós-eleitorais naquele país, destaca um comunicado emitido nesta quarta-feira, em L'Aquila (Itália),
O G8, que reúne Estados Unidos, Rússia, Itália, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Canadá e Japão, deu a Teerã até o final de setembro para que responda à oferta de diálogo da comunidade internacional.
"Estamos decididos de encontrar uma solução diplomática para a questão do programa nuclear iraniano, apesar do Irã não respeitar suas obrigações internacionais", destaca o texto.
Segundo o presidente francês, Nicolas Sarkozy, "a declaração do G8 (sobre o Irã) é inequívoca. Entre agosto e setembro (os iranianos) poderão escolher como evoluirão as coisas".
Sarkozy destacou que a reunião do G20 (países ricos e emergentes) em setembro, na cidade americana de Pittsburg, será de fato um encontro para examinar o expediente iraniano.
"O regime iraniano rejeita todas as mãos que lhes estendem", mas "é preciso esgotar todas as chances de negociação. Se isto der bons resultados, melhor; mas se não, haverá consequências", advertiu o líder francês.
O G8 também se disse "profundamente abalado" com a repressão contra as manifestações que denuciavam fraude na reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad, e lamentou os "métodos de chantagem" usados por Teerã após a prisão de funcionários da embaixada britânica na capital iraniana.
Sarkozy citou, durante a entrevista, o nome de Clotilde Reiss, a francesa que permanece detida em Teerã, e que precisa ser libertada imediatamente.
As autoridades iranianas detiveram no dia 1º de julho uma universitária francesa de 23 anos sob a acusação de espionagem.
A jovem, Clotilde Reiss, "é inocente e deve ser posta em liberdade", declarou na noite desta segunda-feira o ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, ao canal de televisão France 3.
"Se entendemos bem, essa jovem foi acusada de espionagem, pelo envio de fotos tiradas com o celular. Acho que se trata disso, isso não é espionagem, não pode ser; essa acusação é absurda", acrescentou.
"É uma jovem professora (...) que foi testemunha de manifestações, como milhões de iranianos" e "não se mostrou atuante", destacou o chefe da diplomacia francesa.
O G8 condenou igualmente as declarações de Ahmadinejad negando o Holocausto de 6 milhões de judeus perpetrado pela Alemanha nazista, disse Sarkozy.