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Coreia do Norte dispara mísseis no 4 de Julho

SEUL - A Coreia do Norte disparou neste sábado (4/7) sete mísseis de médio alcance, dois dias após testar outros projéteis, em um claro desafio aos Estados Unidos, que hoje comemora a festa nacional do 4 de Julho. Os sete disparos ocorreram entre 8h e 17h40 (20h e 5h40 de Brasília). Segundo o ministério sul-coreano das Relações Exteriores, os disparos partiram da base de Kitsaeryong, na costa leste do país, em direção ao Mar do Japão. O Estado-Maior sul-coreano revelou que os mísseis tinham alcance de 400 a 500 km, sem precisar seu tipo. Já a agência sul-coreana Yonhap informou que foram disparados mísseis Scuds ou Rodong-1, com alcance máximo de 1.300 km. Seul destacou que "as forças sul-coreanas, baseadas em sua forte aliança de defesa conjunta com os Estados Unidos, estão plenamente preparadas para qualquer ameaça ou provocação do norte". Na quinta-feira passada, os norte-coreanos testaram quatro mísseis de curto alcance, em sua costa leste, ao que parece projéteis terra-mar, que foram lançados para o Mar do Japão. A Coreia do Norte anunciou na quarta-feira que realizaria manobras militares durante o mês de julho, e pediu ao Japão que não se aproximasse de suas costas no período. Os testes violam várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que proíbem a Coreia do Norte de realizar qualquer prova nuclear ou disparo de míssil. O departamento americano de Estado reagiu aos disparos estimando que "a Coreia do Norte deveria se abster de ações que agravam a tensão, e se dedicar às negociações" sobre o desmantelamento de seu programa nuclear, "cumprindo seus compromissos na declaração conjunta do dia 19 de setembro", O Japão qualificou os testes de "ato grave de provocação", em mensagem do porta-voz do governo, Takeo Kawamura. A França condenou "os testes de mísseis que afetam a segurança e a estabilidade da região e constituem uma violação das resoluções 1718 e 1874 do Conselho de Segurança". Paris "faz um apelo à Coreia do Norte para que se abstenha de qualquer nova provocação e aplique sem delongas as resoluções do Conselho de Segurança". O ministro britânico das Relações Exteriores, David Miliband, condenou os disparos, "que violam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU". "Estas novas provocações não farão mais do que reforçar nossa determinação, num momento em que trabalhamos com nossos aliados internacionais para aplicar as medidas enérgicas da resolução do Conselho de Segurança, aprovada no mês passado". Especialistas americanos e sul-coreanos estimam que o líder norte-coreano Kim Jong-Il, 67 anos, cujo estado de saúde é alvo de especulações, utiliza os testes para reforçar sua autoridade, no momento em que prepara sua sucessão, possivelmente para entregar o poder ao filho menor, Kim Jong-Un. No 4 de Julho de 2006, a Coreia do Norte lançou mísseis de longo alcance Taepodong-2, e o último teste nuclear norte-coreano ocorreu no Memorial Day dos Estados Unidos.