HAVANA - O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou nesta sexta-feira (3/7) que meados de 2003 foi o momento em que Cuba correu o maior perigo de um ataque militar por parte dos Estados Unidos desde a crise dos mísseis de 1962, o que obrigou a ilha a intensificar os preparatios defensivos. "Foi um dos momentos mais perigosos que nosso país viveu, depois da crise dos foguetes de 1962", afirmou o presidente, segundo o jornal oficial Granma.
Raúl, que na ocasião era ministro das Forças Armadas Revolucionárias (FAR), comentou, em uma reunião do Conselho de Defesa Nacional, máximo órgão estatal encarregado da segurança, que em julho de 2003 Cuba se inteirou de um plano do então secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, de realizar um ataque em massa contra a ilha.
Segundo o jornal, esta ideia foi apoiada - em uma reunião do Conselho de Segurança Nacional - pelo vice-presidente Dick Cheney e o presidente George W. Bush. "Essa situação motivou que o Plenário Extraordinário do Comitê Central do Partido Comunista, realizado em 15 de julho de 2003, decidisse incrementar e acelerar as medidas dirigidas a fortalecer a defensa do país".
Cuba viveu em 1962 sua pior crise militar devido a um foco de tensão mundial pela instalação na ilha de foguetes soviéticos, o que colocou o mundo à beira de uma guerra nuclear.