O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, adiou para o próximo sábado (4) seu retorno ao país. Ele havia anunciado que voltaria amanhã (2), mas resolveu esperar o prazo de 72 horas dado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) para a que o novo governo restitua o poder ao presidente eleito democraticamente.
De acordo com a Agência Bolivariana de Notícias, a decisão foi anunciada na madrugada de hoje (1;/7), em Washington, após a sessão extraordinária da Assembleia Geral da OEA.
O órgão exigiu o retorno imediato, seguro e incondicional de Zelaya, cujo mandato termina em 27 de janeiro de 2010. A OEA também garantiu que nenhum outro governo será reconhecido e chegou a ameaçar Honduras de expulsão da instituição.
Zelaya foi detido por militares e expulso do país no último domingo (28/7), horas antes de o país iniciar um plebiscito sobre a possibilidade de incluir, nas eleições gerais de 29 de novembro, uma consulta sobre a instalação de uma Assembleia Constituinte para reformar a Constituição do país. A consulta pública foi considerada inconstitucional pelo Parlamento e pela Suprema Corte de Honduras e as Forças Armadas se recusaram a dar apoio logístico ao plebiscito.
A destituição do presidente, pelas Forças Armadas, foi determinada pela Suprema Corte e pelo Congresso Nacional logo após a convocação do plebiscito. Em seu lugar assumiu o chefe do Legislativo, Roberto Micheletti.
Ontem (30/7), tanto Micheletti quanto o procurador-geral de Honduras, Luis Alberto Rubi, declararam que Zelaya será preso assim que retornar ao país. Ele é acusado de 18 crimes, entre eles traição à pátria, usurpação de funções, abuso de autoridade e corrupção.
Apesar da ameaça, Zelaya está disposto a voltar a Honduras, acompanhado pelo presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel D;Escoto, pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, e pelos presidentes do Equador, Rafael Correa, e da Argentina, Cristina Kirchner.