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Zelaya quer entrar em Honduras com Correa e Kirchner

TEGUCIGALPA - Desafiando o governo autoproclamado de Honduras, o presidente deposto do país, Manuel Zelaya, anunciou na terça-feira (30/6) que pretende voltar ao território hondurenho amanhã, acompanhado do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza; da presidente argentina, Cristina Kirchner; do líder equatoriano, Rafael Correa, e outras autoridades internacionais, como o presidente de turno da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o nicaraguense Miguel D'Escoto. [SAIBAMAIS]O ex-presidente do Congresso e autoproclamado presidente de Honduras, Roberto Micheletti, ameaça prender Zelaya se ele desembarcar em Tegucigalpa. "Ele desrespeitou as leis", justificou. Uma ordem de prisão já foi emitida contra Zelaya. O recém-empossado chanceler, Enrique Ortez Colindres, disse em entrevista à TV CNN que a Justiça de Honduras está pronta para julgá-lo por "violação da Constituição, narcotráfico, envolvimento em crime organizado e desvio de recursos milionários". Segundo o procurador-geral Luis Alberto Rubí, Zelaya pode ser condenado a até 20 anos de prisão. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, que já pôs suas tropas em alerta para ajudar Zelaya, afirmou ontem que a ONU teria de avaliar a necessidade de uma intervenção militar em Honduras se o presidente sofrer agressões ao voltar ao país. Chávez também disse que não acompanhará Zelaya, Cristina, Insulza e Correa por "prudência". Removido do cargo no fim de semana por militares e expulso para a Costa Rica, Zelaya busca conquistar apoio internacional para retornar à presidência. Em Tegucigalpa, ocorreram manifestações tanto de partidários do governo de fato quanto do deposto. Cerca de 5 mil hondurenhos protestaram contra Zelaya em uma das mais importantes praças da capital. Já os simpatizantes do presidente removido se concentraram em uma região próxima à residência presidencial. Mas a mídia local dava destaque apenas aos protestos contrários a Zelaya.