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Moussavi continua pedindo a realização de novas eleições

TEERÃ - O candidato derrotado nas eleições presidenciais iranianas de 12 de junho, Mir Hossein Moussavi, que se opõe à reeleição de Mahmud Ahmadinejad confirmada na véspera pelo regime, mantém sua reivindicação de organizar uma nova eleição, segundo seu site Ghalamnews. "Desmentindo o porta-voz do Conselho dos Guardiães da Constituição, enfatizamos que a posição de Mir Hossein Moussavi é a que ele expressou em sua carta de 27 de junho ao Conselho", afirma a assessoria de imprensa do candidato derrotado. Em sua carta, ele exigia a formação de uma comissão independente para examinar todo o processo eleitoral e reivindicava a anulação da eleição para a organização de uma nova votação. Na segunda-feira (29/6), o Conselho dos Guardiões da Constituição confirmou os resultados das eleições depois da recontagem parcial dos votos. O chefe do Conselho, o aiatolá Ahmad Janati, informou por carta ao ministro do Interior, Sadeq Mahuli, sobre o resultado desta operação, boicotada pelos candidatos derrotados e que se opõem à reeleição de Ahmadinejad, afirmou a televisão. "Confirmamos o resultado da 10ª eleição presidencial", declarou Janati, segundo o texto da carta lida na TV. "A maioria das objeções que examinamos não foram consideradas fraudes. Foram apenas irregularidades menores, que acontecem a cada eleição e que não são significativas. As objeções são, portanto, infundadas", considerou. O objetivo da recontagem parcial dos votos foi acabar com as acusações de fraude em grande escala proferidas pelos três candidatos rivais de Ahmadinejad na eleição presidencial, Moussavi, Mehdi Karubi e Mohsen Rezai. Uma comissão especial, criada pelo Conselho de Guardiães da Constituição, havia recebido a missão de recontar 10% das urnas. Nenhum dos três aceitou enviar representantes para participar do processo de recontagem, por duvidar da imparcialidade do Conselho. As acusações de fraude nas eleições provocaram uma série de protestos no Irã - inéditos desde a revolução de 1979 -, que deixaram 20 mortos e centenas de feridos. Em 15 dias, mais de 2 mil pessoas foram detidas no Irã e centenas desapareceram, segundo a Federação Internacional de Ligas dos Direitos Humanos (FIDH).