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Israel ignora pressão internacional e autoriza construção de 50 casas em colônia

JERUSALÉM - O ministério da Defesa de Israel autorizou a construção de 50 residências na colônia de Adam, na Cisjordânia, anunciou a rádio militar. A decisão permitirá instalar em Adam quase 200 colonos de Migron, o maior assentamento ilegal da Cisjordânia. A construção das 50 casas faz parte de um projeto muito mais amplo, de construção de 1.450 residências na colônia. O anúncio foi feito poucas horas antes da viagem a Washington do ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, que na terça-feira (30/6) discutirá o caso das colônias com o enviado especial americano para o Oriente Médio, George Mitchell. O presidente americano Barack Obama e os países europeus exigem a paralisação total da colonização na Cisjordânia. Para a comunidade internacional, não existe diferença entre colônias legais e ilegais. Segundo a imprensa, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pressionado pela comunidade internacional, estuda congelar por três meses a construção de residências nas colônias da Cisjordânia, com exceção das que já estão sendo construídas no momento. A decisão de autorizar a construção de 50 casas foi tomada para permitir que os israelenses instalados em Migron, a maior das colônias chamadas de "selvagens" (não-autorizadas) da Cisjordânia, se mudem para Adam, informou o ministério da Defesa em um comunicado. Migron, construída sem a permissão das autoridades, tem 200 habitantes que vivem em cerca de 60 trailers, segundo a rádio militar A fonte informa ainda que a autorização para a construção imediata de 50 casas em Adam faz parte de um projeto muito mais amplo de 1.450 unidades habitacionais que serão construída nessa colônia. O ministério da Defesa, no entanto, afirmou que a informação sobre 1.450 casas é "falsa, tendenciosa e inexata". Os diversos governos israelenses dos últimos sete anos se comprometeram ante os Estados Unidos a desmantelar uma centena de colônias ilegais criadas pelos ultranacionalistas, mas não cumpriram com suas promessas, principalmente no caso de de Migron, considerada um "símbolo" pelos colonos. Segundo a imprensa, Netanyahu iniciou consultas com vários ministros para decidir a posição do governo a respeito da colonização. O governo israelense reafirmou sua intenção, no entanto, que continuar com a construção das colônias existentes, argumentando ser uma necessidade para responder ao crescimento demográfico.