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Berlusconi: 'os italianos me querem como sou, e não vou mudar'

O multimilionário chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, envolvido em uma série de escândalos revelando sua polêmica vida privada, defendeu-senesta quinta-feira ante a imprensa afirmando que "os italianos me querem como eu sou, e não vou mudar". "Sou assim, não vou mudar, os italianos me querem como eu sou, tenho 61% de popularidade", declarou em uma entrevista coletiva. "Eles me querem porque eu sou bom, generoso, sincero, leal e cumpro as promessas que faço", acrescentou. A imagem de Berlusconi se deteriorou ainda mais nos últimos dias, em consequência de denúncias e acusações publicadas na imprensa desde que sua mulher, Veronica Lario, anunciou que pediria o divórcio. O primeiro-ministro italiano protagonizou no último mês vários escândalos, com a divulgação de imagens de festas particulares com prostitutas em suas luxuosas mansões. Berlusconi, que é um dos homens mais ricos da Itália, disse que as denúncias são "besteira", alegando tratar-se de um complô de seus inimigos políticos e de "manobras subversivas" planejadas para impedi-lo de governar. "Não sei o que mais vão inventar, tudo isso será desmentido", destacou. A justiça de Bari (sul) abriu uma investigação sobre as atividades de dois empresários locais, amigos de Berlusconi, que pagavam belas mulheres para participar das festas do primeiro-ministro, o que pode ser configurado como indução à prostituição. A promotoria registrou também o depoimento de Patrizia D'Addario, que contou à imprensa ter entregue à justiça duas gravações e vídeos dos encontros. Em um deles é possível ouvir, segundo ela, a voz de Berlusconi dizendo: "Me espere na cama grande". D'Addario descreve que os vídeos, feitos com um celular, mostram o quarto de uma das mansões, em especial a mesa de cabeceira com uma foto da esposa de Berlusconi. Na madrugada desta quinta-feira, um incêndio destruiu o carro de Barbara Montereale, de 23 anos, uma das jovens que contaram à imprensa ter participado das festas do chefe de governo, e é considerada testemunha fundamental para o processo aberto em Bari.