O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Estratégicos, Marco Aurélio Garcia, afirmou que o governo brasileiro lamenta a situação de violência no Irã após o resultado das eleições presidenciais no país. Garcia disse que o presidente não foi precipitado quando disse, com base em suas experiências anteriores, que as manifestações contra a reeleição de Mahmoud Ahmadinejad.
"O presidente disse uma coisa muito simples, fez um comentário de certa maneira banal, ao qual foi dado uma transcendência maior: que é normal que numa eleição os vencedores celebrem e os perdedores se queixem." De acordo com o Ministério do Interior iraniano, o presidente foi reeleito com 63% dos votos, contra 34% do reformista Mir Hossein Mousavi. A oposição denuncia fraude na apuração dos votos. De acordo com números oficiais, pelo menos 20 pessoas morreram em confrontos entre manifestantes e as forças de segurança iranianas. A imprensa internacional foi proibida de cobrir os protestos.
A postura adotada pelo governo brasileiro, continuou o assessor, é semelhante à adotada por outros países. "O presidente Lula, ao seu estilo, é importante dizer, refletiu essa prudência da diplomacia brasileira. Mas é uma prudência que não pode ser confundida com temor, com vacilação".
Marco Aurélio Garcia disse ainda que não há razão para o presidente Lula demonstrar uma simpatia particular pelo atual presidente ou pela oposição. "Os valores, os traços da política iraniana são muito diferentes dos nossos."