SEUL - A Coreia do Norte alegou neste sábado (20/6) que as sanções das Nações Unidas não funcionarão no país comunista e apenas aumentarão a vontade de reforçar o Exército. O "Rodong Sinmun", jornal oficial do Partido Comunista, afirmou que as sanções não prejudicarão o país, que tem economia autossustentável, e alertou que as ações poderão receber retaliações. "É ridículo e desprezível para as forças inimigas clamar por endurecimento das sanções e bloqueios contra nós", disse o jornal. "Isso nem sequer machucaria um fio de cabelo das pessoas que têm vivido uma vida autossustentável, que vivem com os seus próprios meios, em sua própria terra".
A Coreia do Norte poderia responder a "tiros de espingarda com tiros de arma, a tiros de arma com mísseis e a armas nucleares com armas nucleares". "A nossa determinação em reforçar nossas Forças Armadas em centenas de milhares se torna mais firme a cada dia", sustentou o jornal em um longo comentário intitulado "A natureza do povo coreano".
As tensões na península coreana vêm aumentando desde que Pyongyang realizou o seu segundo teste nuclear no mês passado. Após o teste subterrâneo e os subsequentes lançamentos de mísseis, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução na semana passada que inclui sanções financeiras destinadas a reduzir a receita do país comunista. A Coreia do Norte já tinha prometido construir mais bombas e iniciar um novo programa de armas baseado no enriquecimento de urânio, em resposta às sanções.
Em Washington, uma autoridade de defesa dos Estados Unidos disse ontem que um destroier da Marinha dos EUA estava monitorando um navio norte-coreano que possivelmente transportava mercadorias proibidas, como parte dos esforços internacionais para fazer cumprir as sanções da ONU. O USS John S. McCain acompanhava o navio Kang Nam, o primeiro a ser controlado dentro da resolução imposta pela ONU há uma semana que proíbe transferências de armas de e para a Coreia do Norte, disse a autoridade.
Autoridades do Pentágono se negaram a comentar sobre uma notícia na televisão de que o destroier seguia para interceptar a embarcação norte-coreana. As autoridades enfatizaram que as sanções da ONU não autorizam força militar e que Washington estava buscando uma estratégia diplomática.