TÓQUIO - O parlamento japonês aprovou nesta sexta-feira (19/6) uma lei antipirataria que permitirá ao país ampliar o alcance de suas operações militares a fim de usar a força e proteger navios de bandeira estrangeira na costa da Somália. A aprovação, por 335 votos a 132, derrotou o veto da câmara alta, controlada pela oposição.
Em março, o Japão juntou-se aos EUA, à China e a outros países na operação marítima contra os piratas que têm atacado embarcações no Golfo de Áden, importante rota marítima que leva ao Canal de Suez. Por causa dos limites impostos aos militares do Japão sob a constituição pacifista do pós-guerra, os dois destróieres do país até agora não tinham autorização para usar a força, exceto para a autodefesa e para proteger os interesses nacionais.
A nova lei, apoiada pelo governo, permite que as Forças Armadas japonesas disparem contra os cascos dos navios piratas, mas não nos próprios piratas, depois de repetidas advertências e como último recurso. O texto também autoriza a Força Marítima de Autodefesa a proteger qualquer embarcação comercial ameaçada pelos piratas, e não apenas as que estiverem sob bandeira japonesa ou que transportarem cargas ou cidadãos japoneses.