Uma pessoa morreu baleada nesta quinta-feira no centro da capital do Haiti durante manifestação de seguidores do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, que enfrentaram soldados da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), integrada por um contingente brasileiro, e trocaram tiros, segundo imagens da televisão.
"Parece que uma pessoa morreu perto da catedral; as primeiras informações de que dispomos mostram soldados disparando para o ar", declarou a porta-voz da Minustah, Sophie Boutaud de la Combe.
"Os capacetes azuis teriam sido atacados a pedradas por manifestantes provenientes de vários bairros da cidade", explicou.
"É um de nossos seguidores, foi morto por soldados brasileiros da Minustah", declarou um manifestante na televisão.
Jovens que se dispersaram em pequenos grupos, depositaram o corpo da vítima no palácio presidencial haitiano, enquanto que outros grupos recorriam à violência nas ruas, atirando pedras contra veículos estacionados nos arredores.
Milhares de pessoas participavam nesta quinta-feira dos funerais do padre Gérard Jean-Juste, ligado ao ex-presidente haitiano Jean Bertrand Aristide, morto há duas semanas na Flórida (sudeste dos Estados Unidos) quando começaram os incidentes.
Nas últimas duas semanas, estudantes também se manifestam em Porto Príncipe para exigir aumento do salário mínimo no Haiti.
Um veículo com inscrições da ONU foi incendiado nesta quarta-feira por manifestantes que reclamam a saída das forças da ONU.
A Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti ou Minustah (sigla derivada do francês: Mission des Nations Unies pour la stabilisation en Haïti), foi criada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em 30 de abril de 2004, através da resolução 1542, para restabelecer a ordem no país, após um período de rebelião e a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide.