TEERÃ - Manifestações de luto estão programadas para esta quinta-feira (18/6) no Irã pelos mortos nos protestos contra a reeleição do presidente radical Mahmud Ahmadinejad, convocadas pelo candidato derrotado na eleição de sexta-feira passada, Mir Hossein Moussavi.
Moussavi convocou um dia de luto pelos sete civis mortos na segunda-feira nos confrontos entre manifestantes e milicianos islamitas. Ele pediu aos iranianos que que se reúnam nas mesquitas ou em passeatas silenciosas vestidos com roupas pretas.
Uma primeira concentração deve acontecer diante do prédio da ONU em Teerã e uma segunda na praça do Imã, zona sul da capital.
O jornal reformista Etemad Meli dedica a primeira página ao "movimento silencioso em Teerã", com três fotografias da manifestação proibida, mas que teve grande resposta da população, realizada na quarta-feira em Teerã.
Dezenas de milhares de pessoas participaram na quarta-feira no protesto, com braçadeiras e fitas verdes - a cor da campanha de Moussavi -, além de cartazes com acusações de que Ahmadinejad roubou seus votos.
O aiatolá Ali Khamenei, guia supremo do país, a principal autoridade da República Islâmica, se declarou disposto a considerar uma revisão parcial dos votos, diante das denúncias dos candidatos opositores de que a contundente vitória de Ahmadinejad (com 63% dos votos) foi fraudada.
Moussavi reiterou na quarta-feira o pedido de anulação do que chamou de "fraude vergonhosa" e a convocação de novas eleições.
O poder islâmico, que enfrenta a crise política mais aguda desde a revolução que instaurou o regime em 1979, realizou nos últimos dias detenções de líderes reformistas, adotou medidas drásticas para impedir o trabalho da imprensa, nacional e estrangeira, e denunciou "interferências" por parte dos inimigos do Irã, incluindo os Estados Unidos.