WASHINGTON - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insistiu nesta segunda-feira (15/6) que uma de suas condições para a criação de um Estado palestino é que este não seja militarizado, já que isso significaria uma ameaça para Israel.
"Assim como eles esperam que nós reconheçamos um Estado palestinos, eles devem reconhecer o Estado judeu. Dessa forma, o país palestino não pode ameaçar o país judeu, por isso não deve ser militarizado", afirmou Netanyahu a NBC News. "Acho que essas são as coisas que podem abrir o caminho para uma futura paz".
O primeiro-ministro israelense defendeu assim seu pedido de que este eventual Estado palestino não tenha controle sobre seu próprio espaço aéreo nem direito de realizar pactos militares, e que dê a Israel garantias de segurança.
Seu discurso acontece no dia seguinte em que Netanyahu disse estar disposto a aceitar a criação de um Estado palestino desmilitarizado que reconheça Israel como Estado do povo judeu, mas impôs várias condições. "Se recebermos garantias sobre a desmilitarização e se os palestinos reconhecerem Israel como o Estado do povo judeu, então alcançaremos uma solução baseada em um Estado palestino desmilitarizado", declarou Netanyahu em um discurso de política externa pronunciado na Universidade Bar Ilan, próxima a Tel Aviv.
O premier israelense também rejeitou a suspensão da colonização na Cisjordânia, como pedem os Estados Unidos, mas convidou os palestinos a retomar, imediatamente, as negociações de paz. "Convido nossos vizinhos palestinos e os dirigentes palestinos a retomar, imediatamente, as negociações de paz, sem condições prévias".
"Não desejo construir novas colônias ou confiscar terras com este objetivo, mas é preciso permitir que os habitantes destas implantações vivam normalmente", disse Netanyahu, descartando a suspensão das construções nas colônias já existentes porque é preciso atender às exigências do "crescimento natural".
Esta foi a primeira vez que Netanyahu falou da possibilidade de um Estado palestino, projeto defendido pelo presidente americano, Barack Obama, que prevê o princípio de "dois Estados para dois povos".