As mudanças climáticas são responsáveis pela morte de cerca de 300 mil pessoas por ano em todo o mundo, de acordo com relatório lançado hoje (29) pelo Fórum Humanitário Global, entidade dirigida pelo ex-secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan. Em 2030, o número de mortes provocadas pelos impactos do aquecimento do planeta pode chegar a 50 mil por ano, segundo o documento.
No mundo inteiro, o fenômeno já afetou 325 milhões de pessoas e deverá chegar a 660 milhões em 2030 cerca de 10% da população mundial. Os mais vulneráveis são os habitantes de países pobres, nações com nenhum ou poucos recursos para adaptação s alterações do clima, como preparação para chuvas ou secas cada vez mais intensas, aumento dos nível dos oceanos e surgimento de doenças.
Apesar dos impactos perigosos, o debate sempre foi focado nos efeitos físicos. Esse relatório tem foco no hoje e no lado humano das mudanças climáticas, afirmou Annan, durante a divulgação do estudo, de acordo com comunicado da organização.
O relatório também faz projeções sobre o custo do aquecimento global para a economia mundial. Atualmente, as perdas econômicas já somam US$ 125 bilhões por ano maior que o Produto Interno Bruto de 73% dos países do mundo e deverão aumentar para US$ 340 bilhões por ano em 2030 se nada for feito para reverter o quadro de emissões de gases de efeito estufa.
Na próxima segunda-feira (1°), governos de todo o mundo se reunirão em Bonn, na Alemanha, para uma nova rodada de negociações sobre o futuro da regulamentação das emissões de gases de efeito estufa.
Até dezembro, quando ocorre a reunião da convenção da ONU sobre mudanças climáticas em Copenhague, na Dinamarca, os países precisam costurar um acordo sobre o mecanismo que irá suceder o Protocolo de Quioto, cujo primeiro período de compromissos vence em 2012.