LONDRES - Mais de 20 mil civis morreram nas últimas semanas do conflito entre o Exército do Sri Lanka e os rebeldes tâmeis, indicou nesta sexta-feira (29/5) o jornal britânico The Times. "Documentos confidenciais da ONU obtidos pelo Times registram a morte de cerca de 7 mil civis na região dos combates (onde centenas de milhares de civis se refugiaram) até o final de abril", explicou o diário.
Referindo-se a "fontes da ONU", o periódico acrescenta que o "número de vítimas aumentou rápido, com uma média de mil civis mortos por dia até 19 de maio", data posterior à morte do líder dos Tigres de Libertação do Eelam Tamil (LTTE).
"A maioria morreu sob os disparos do governo" contra os rebeldes que usavam os acampamentos de refugiados como escudos humanos, destaca o Times. "Isto elevaria o registro final para cerca de 20 mil" mortos, indica o diário, acrescentando que uma fonte das Nações Unidas havia indicado que o registro, inclusive, poderia ser "superior" a essas estimativas.
A ONU estimou oficialmente em 7 mil o número de civis mortos durante os quatro últimos meses desse conflito separatista que durou 37 anos.
Porém, o jornal britânico indica que suas informações se baseiam também em testemunhos, análises de especialistas e em fotos aéreas tiradas durante a recente visita do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Um porta-voz da representação do Sri Lanka em Londres, entrevistado pelo jornal, negou "todas essas acusações". "Nenhum civil morreu nos bombardeios do governo", afirmou o porta-voz.