O presidente da França, Nicolas Sarkozy, apresentou nesta quinta-feira uma série de medidas para lutar contra a violência nas escolas; as iniciativas vão desde a revista a mochilas ao desenvolvimento da vigilância com câmeras de vídeo, passando pela formação de equipes especializadas.
A agressão com uma faca de um professor por um aluno de 13 anos, em 15 de maio passado, em um colégio do sudoeste da França recolocou no centro do debate político a questão da insegurança na escola, e levou Sarkozy a fazer estes anúncios.
Mas o chefe de Estado não voltou a falar nas duas propostas mais controversas antecipadas pelo ministro da Educação Xavier Darcos: a instalação generalizada de portas de detecção de metal na entrada dos estabelecimentos escolares, e das sanções financeiras para as famílias no caso de crianças que levam armas para a escola.
A ideia de instalar as portas foi criticada no governo, principalmente pela ministra do Interior.
"Vamos tornar os estabelecimentos escolares mais seguros", prometeu Nicolas Sarkozy, criticando a "ditadura dos bons sentimentos" e a "candura" dos que, sobretudo na comunidade ligada à educação, fazem ressalvas ao endurecimento do discurso de segurança.
"Claro que é lamentável chegar a este ponto, mas como agir diferente em um contexto como este? A tranquilidade dos estabelecimentos escolares é uma condição absolutamente fundamental", declarou o presidente, anunciando que o pessoal da Educação nacional poderá até revistar as mochilas dos alunos.
"Não podemos de forma alguma tolerar a presença de armas nos estabelecimentos escolares. Os funcionários da direção e da coordenação deve ter meios de garantir que os alunos não estão portando armas", disse.
"Isto é sério: não devemos esquecer nunca as mortes acontecidas em Winnenden na Alemanha", em 11 de março passado, acrescentou, referindo-se à matança cometida por um jovem que havia executado 15 colegiais antes de se suicidar.
O presidente também quer que policiais da reserva ou cidadãos voluntários possam realizar missões de segurança nas escolas.
Segundo o ministério da Educação nacional, foram registrados "251 casos relacionados a armas nas escolas francesas, entre setembro de 2008 e março de 2009".
A oposição acusou o chefe de estado de abordar o tema em plena campanha eleitoral europeia. "Manobra eleitoral", disse o centrista François Bayrou, entrevistado nesta quinta-feira pelo canal LCI.