As emissões mundiais de dióxido de carbono (CO2), principal gás do efeito estufa, poderão aumentar 39% até 2030 se não houver políticas nacionais ou um acordo internacional para limitá-las, segundo projeções do governo americano divulgadas nesta quarta-feira.
A Energy Information Administration (EIA), que elabora as estatísticas oficiais americanas sobre energia, estima em suas projeções que as emissões de CO2 poderão passar de 29 bilhões de toneladas, em 2006, para 33,1 bilhões de toneladas, em 2015, e, depois, para 40,4 bilhões de toneladas, em 2030, se nada for feito para limitá-las ou para reduzi-las.
A maior parte do aumento das emissões de CO2 ocorrerá nos países em desenvolvimento, principalmente China e Índia, em razão do forte crescimento econômico esperado e da persistência de sua grande dependência das energias fósseis na maior parte das economias de fora da OCDE, que reúne os 30 principais países industrializados, explica o relatório da EIA.
Em 2006, as emissões de gás carbônico dos países não-membros da OCDE superaram as dos países da OCDE em 14% e, em 2030, elas serão 77% maiores.
Em seu relatório divulgado nesta quarta-feira, a EIA prevê um aumento de 44% no consumo mundial de energia nas duas próximas décadas. E sem um limite para as emissões de CO2, a maior parte desse aumento continuará a ser proveniente da combustão do petróleo e do carvão.
"Na ausência de políticas nacionais e (ou) de acordos internacionais limitando ou reduzindo as emissões de gases do efeito estufa, o consumo mundial de carvão aumentará 1,7% em média a cada ano até 2030", prevê a EIA.
Uma conferência das Nações Unidas sobre o clima é muito aguardada para dezembro em Copenhague. A comunidade internacional se esforçará para chegar a um acordo, que deverá suceder o Protocolo de Kioto depois de 2012, para reduzir as emissões de forma vinculante.
Mas a produção de biocombustíveis, de petróleo proveniente dos xistos betuminosos e de carvão líquido deverão satisfazer quase a metade do crescimento esperado da demanda por combustíveis líquidos, segundo a EIA.