TEERÃ - O campo conservador iraniano apareceu dividido em seu apoio à reeleição, no dia 12 de junho, do presidente Mahmud Ahmadinejad, informa a imprensa iraniana. Segundo a agência Fars, o principal grupo conservador religioso do país, a Associação do Clérigo Combatente (ACC), não conseguiu a maioria necessária para um apoio oficial ao atual presidente.
"Na votação que realizamos houve maioria simples em favor de Ahmadinejad mas não foi conseguida a maioria de dois terços necessária para uma decisão oficial", declarou o aiatolá Mohammad Reza Mahdavi Kani, que dirige a ACC, citado pela agência. "Mas pessoalmente, considero Ahmadinejad o candidato mais competente e votarei nele", acrescentou.
A falta de um apoio oficial constitui um revés para o presidente Ahmadinejad que se apresenta para um segundo mandato de quatro anos.
O ACC reúne religiosos ultraconservadores e conservadores mais moderados, opostos ao presidente Ahmadinejad, como Akbar Hachemi Rafsandjani, atual presidente da Assembleia dos Especialistas e do Conselho de Discernimento, duas importantes instituições do regime.
Os conservadores também se mostraram divididos durante uma votação, domingo, entre o grupo parlamentar que domina a Assembleia, com 170 membros num total de 290 deputados.
"Dos 170 membros do grupo, 80 pessoas votaram a favor de Ahmadinejad e 75 votaram contra", declarou à agência Mehr o parlamentar Mohammad Reza Mirtajeddini, precisando que apenas 155 integrantes haviam participado do voto.
Em troca, Ahmadinejad havia obtido o apoio, em abril, da principal formação política conservadora, os Partidários da Linha do Imame e do Guia, uma coalizão de 14 partidos conservadores.
Ahmadinejad vai concorrer no dia 12 de junho com o ex-primeiro-ministro Mir Hossein Moussavi, apoiado pelo ex-presidente reformista Mohammad Khatami, por Mehdi Karoubi, ex-presidente reformista do Parlamento, e por Mohsen Rezaï, um antigo líder militar conservador.