O ministro da Mineração boliviano, Luis Alberto Echazú, negou que seu país produza urânio, em resposta a um documento do Ministerio das Relações Exteriores israelense divulgado na segunda-feira contendo suspeitas de que Venezuela e Bolívia ajudam o Irã em seu controvertido programa nuclear.
"A Bolívia não produz urânio (...), o país nunca o produziu", disse Echazú à imprensa, numa primeira reação a acusações israelenses.
O diretor-geral do ministério da Mineração, Freddy Beltrán, acrescentou numa declaração separada que "não temos em mente abrir qualquer projeto relacionado à radioatividade" e qualificou a versão israelense de "política, e de provocação para prejudicar a imagem do país e do atual governo".
Há pelo menos 25 anos, o estatal Instituto de Tecnologia Nuclear da Bolívia foi obrigado a fechar uma usina de produção de minerais na região andina de Cotaje, na qual figurava o urânio, lembrou Beltrán.
A Bolívia rompeu relações diplomáticas com Israel em janeiro passado depois de ataques israelenses à Faixa de Gaza e desenvolve desde 2007 uma aproximação intensa do Irã que, semana passada, enviou a La Paz missão do Parlamento para ratificar a cooperação agrícola, médica e petroleira com o país no valor de 1,2 bilhão de dólares.
Em setembro de 2007, o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, recebeu apoio a seu programa de energia nuclear da parte de Evo Morales e do presidente venezuelano, Hugo Chávez, durante visita de Estado à Bolívia e à Venezuela.
Um informe do estatal Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sergeomin) identifica "11 pontos com urânio em estado natural", no distrito de Cotaje, departamento de Potosí (sul).