Os ministros de Energia do G8, reunidos em Roma, conclamaram nesta segunda-feira a reativação dos investimentos no setor, em meio à crise mundial, ao mesmo tempo em que se comprometeram a impulsionar a "energia limpa" como forma de lutar contra a mudança climática.
"Queremos contribuir para a Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança Climática e para o sucesso da conferência de Copenhague do final de 2009", destacaram os ministros do G8 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão, Rússia).
O documento foi aprovado pela Comissão Europeia e pelos ministros dos 15 países convidados, entre eles Brasil e México, além de China, Índia, África do Sul, Egito, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Argélia, Austrália, Indonésia, Líbia, Nigéria, Ruanda, Turquia.
No total, participaram 23 países representando mais de 80% da demanda e da oferta de energia no mundo.
"A crise econômica e financeira atual não deve atrasar os investimentos e os projetos econômicos programados, considerados essenciais", destacaram os ministros na declaração conjunta divulgada ao final de dois dias de reunião.
Os ministros se comprometeram a promover a "energia limpa" e a trabalhar para o sucesso da conferência das Nações Unidas de dezembro sobre o clima, que será realizada em Copenhague.
Durante a reunião, os ministros de México e Brasil junto com os do G8, mais os da União Europeia, da China e Coreia do Sul assinaram acordos para a cooperação internacional em matéria de eficiencia energética.
Devido à crise econômica, os investimentos no setor energético se viram fortemente afetados.
Segundo informe da Agência Internacional de Energia (AIE), os investimentos no setor de exploração e produção de petróleo e gás cairão 21% este ano em relação a 2008, enquanto os realizados no setor de energia renovável baixarão cerca de 38%.
O petróleo passou de 147,50 dólares o barril ano passado a 32,40 dólares em dezembro. Desde o começo do ano, o preço aumentou gradualmente até situar-se atualmente em cerca de 60 dólares o barril.
Uma volatilidade que os ministros desejam regulamentar.
A Itália patrocina uma aliança entre governos e empresa privada para dar estabilidade aos preços, pelo que foram convidados à reunião romana importantes grupos do setor, entre eles a francesa EDF e a italiana Eni.
Ante a mudança climática, os ministros do G8 reconheceram que é necessário acelerar a transição "para um desenvolvimento baseado no emprego eficaz da energia e na tecnologia com baixa emissão de dióxido de carbono".
O secretário americano da Energia, Steven Chu, defendeu uma nova "revolução" destinada a limitar a emissão do dióxido de carbono.