CALCUTÁ - Um poderoso ciclone deixou pelo menos 15 mortos e 400 mil desabrigados no leste da Índia e no litoral sul de Bangladesh, anunciaram fontes oficiais nesta segunda-feira. Com ventos de 100 km/h e chuvas diluvianas, o ciclone Aila varreu Calcutá, a capital do estado indiano de Bengala Ocidental.
Nesta metrópole de 15 milhões de habitantes, cinco pessoas morreram quando árvores ou postes elétricos caíram sobre suas casas ou carros, informou o chefe do governo comunista local, Buddhadeb Bhattacharjee. As autoridades regionais pediram a ajuda do exército federal.
"Cerca de 80.000 pessoas já foram retiradas", declarou o ministro das Finanças local, Ashim Dasgupta. O Aila parece ter devastado parte do litoral de Bengala Ocidental. Cinco pessoas morreram, 100.000 estão desabrigadas e 100 aldeias estão sob as águas, segundo a agência Press Trust of India (PTI).
Em Bangladesh vizinha, o ministro encarregado da gestão das catástrofes naturais, Abdur Razzak, anunciou que o Aila atingiu o litoral com ventos de 90 km/h e provocou um maremoto com ondas de até quatro metros de altura.
"Cinco pessoas morreram. O governo mobilizou o exército, a marinha, a guarda-costeira e a polícia para avaliar a situação", declarou. O correspondente da agência PTI no Bangladesh mencionou o número de 11 mortos.
Cerca de 430.000 pessoas de vários departamentos do litoral sul foram retiradas de suas casas, mas outras 300.000 permanecem bloqueadas pelas inundações, principalmente por causa da ruptura de represas, frisou Kazi Atiur Rahman, um alto funcionário local. "A situação aqui é muito grave. Centenas de casas foram varridas", declarou Rahman por telefone à AFP.
O ciclone Aila é o segundo da temporada no Bangladesh, depois da tempestade Bijli de meados de abril, que não deixou nenhuma vítima graças à retirada preventiva de meio milhão de habitantes. Acostumado com as catástrofes naturais, Bangladesh criou um eficiente sistema de alerta contra os ciclones e construiu muitos abrigos em suas costas.
Em 15 de novembro de 2007, o ciclone Sidr deixou 3.300 mortos, 800 desaparecidos, 8,7 milhões de desabrigados e 1,5 bilhão de dólares de danos materiais em Bangladesh.