Um líder religioso morreu ontem ao ser ferido em um ataque contra em templo em Viena, na Áustria, realizado por fundamentalistas sikhs. Os agressores estavam armados com facas e uma arma de fogo, segundo a polícia. Testemunhas disseram que o templo, frequentado por sikhs de uma baixa casta, foi atacado por sikhs de uma casta superior. Os agressores, segundo essas fontes, acusavam um ou dois dos clérigos do local de desrespeito ao livro sagrado da religião. Na Índia, o primeiro-ministro, Manmohan Singh, ele mesmo um sikh, pediu calma, após eclodirem protestos violentos em várias cidades do norte do país asiático.
O ataque foi seguido por uma confusão que resultou em 16 feridos. Não está confirmado se entre as armas utilizadas no ataque havia kirpans - adagas cerimoniais que os sikhs da Áustria têm legalmente o direito de portar. Dois líderes religiosos, identificados por diplomatas indianos como Niranjan Das e Sant Rama Nand, foram submetidos a operações em razão de ferimentos de bala. Porém, Nand não resistiu e morreu, segundo um policial. Os feridos são todos de origem indiana, com idades entre 30 e 50 anos.
Centenas de indianos desafiaram um toque de recolher, atacaram delegacias e queimaram o carro de um alto funcionário, além de vários trens. Em dois lugares a polícia abriu fogo contra a multidão, ferindo pelo menos quatro pessoas, segundo o alto oficial indiano, Khubi Ram. A violência está centrada na cidade de Jalandhar, no norte indiano, um local de concentração dos Dera Sach Khand, seita sikh formada em sua maioria por "intocáveis", ou Dalits.
A polícia austríaca informou que entre 150 e 300 pessoas estavam templo quando a confusão começou. O templo fica em um prédio residencial, na vizinhança de Vienna-Rudolfsheim, ocupada em geral pela classe trabalhadora. Os sikhs representam aproximadamente 2% da população indiana, de 1,2 bilhão de pessoas.