postado em 24/05/2009 19:49
Cannes - A francesa Charlotte Gainsbourg, de 37 anos, premiada neste domingo como a melhor atriz do 62º Festival de Cannes, por seu trabalho em "Anticristo", do dinamarquês Lars von Trier, ficou conhecida em seus 25 anos de carreira como uma atriz exigente e audaciosa, mas também por sua grande discrição.
Em "Anticristo", Gainsbourg encarna com intensidade e precisão uma mulher mergulhada na loucura após a perda do filho.
A atriz revelou que foi preciso "violentar-se", "ir fundo" em coisas que jamais tinha sentido para fazer cenas de sexo histéricas, de violência orgânica e potente de uma mulher que tortura seu marido e se mutila.
Filha do cantor francês Serge Gainsbourg e de sua musa inglesa Jane Birkin, Charlotte iniciou no cinema com apenas 13 anos, em "Paroles et musique", de Elie Chouraqui.
Quase tímida, Charlotte fica à vontade diante das câmeras e conquista seu primeiro César com "L'Effrontée", de Claude Miller (1985), crônica terna e cruel sobre as desilusões da adolescência.
"Esta é minha maneira de ser, não sou de falar. Falar pouco sempre me protegeu. Tinha que me proteger para suportar tudo o que escutava sobre meus pais", disse Charlotte Gainsbourg à revista Figaro Madame, em 2007.
Incansável, faz "Charlotte for ever", em 1986, "Merci la vie", de Bertrand Blier, em 1991, e "Amoureuse", de Jacques Doillon.
Franco Zeffirelli a chama para protagonizar "Jane Eyre", em 1996, com William Hurt.
Em "Ma femme est une actrice" (2001), uma comédia leve que lhe oferece seu marido, o ator Yvan Attal, com quem tem dois filhos, Charlotte dá um giro em sua carreira, ao fazer sua própria personagem, radiante, travessa, sedutora como as grandes atrizes das comédias românticas americanas.
Mudada, roda um filme atrás do outro, com os diretores mais inovadores do momento: o francês Michel Gondry, em "La science des rêves", e o italiano Emanuele Crialese, em "Nuevomundo".
Em Los Angeles, grávida, faz o papel da mulher de Sean Penn em "21 grams", do mexicano Alejandro González Iñárritu.