CAIRO - Um magnata egípcio do setor imobiliário e figura ilustre do partido no poder, Hicham Talaat Mustafa, foi condenado à morte nesta quinta-feira (21/5) pelo assassinato da cantora libanesa Suzanne Tamim, de 30 anos, com quem teve um caso. A esposa de Mustafa, que assistiu à audiência, desmaiou ao ser anunciado o veredicto: o empresário será enforcado como mandante do crime.
O policial aposentado que executou Suzanne, Mohsen al-Sukkari, julgado no mesmo processo, também foi condenado à morte por enforcamento. O tribunal do Cairo submeteu seu veredicto à autorização do mufti do Egito, a autoridade religiosa que avaliza as condenações à morte.
O caso, mistura crime, poder e sexo, e causou furor no Líbano e no Egito, país onde os poderosos empresários enfrentam poucas vezes a justiça.
Mustafa, de 49 anos, pilar do Partido Nacional Democrata (PND), foi acusado de ter pagado a Sukkari dois milhões de dólares para matar Suzanne Tamim, encontrada morta no dia 28 de julho de 2008 em seu apartamento de Dubai, com as marcas de facadas no corpo e na garganta. Segundo a acusação, depois de vigiar o apartamento, Sukkari dirigiu-se ao lugar apresentando-se como empregado do prédio e apunhalou a mulher.
Mustafa, que dirigia o Talaat Mustafa Group, empresa de vários bilhões de dólares, era membro do Conselho consultivo (Senado). Sua imunidade foi levantada para o julgamento e ele foi substituído na direção da companhia por seu irmão.