RANGUM - A junta militar que governa Mianmar voltou a proibir nesta quinta-feira (21/5) o acesso de jornalistas e diplomatas ao julgamento da líder pró-democracia Aung San Suu Kyi, na prisão da capital Rangum. A medida foi alvo de novas queixas de que o regime tenta ocultar do mundo o processo. Não estava claro se a junta, que havia aberto o acesso à audiência por algumas horas ontem, permitiria o acesso de observadores novamente. Um funcionário que não quis se identificar disse que isso não ocorreria hoje.
"Isso foi claramente uma simulação do governo para tirar de si pressão e assim poder seguir com seu julgamento falso para encarcerar Suu Kyi", afirmou Debbie Stothard, coordenadora da Rede Alternativa Asean para Mianmar, um grupo regional de direitos humanos. Ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Suu Kyi tem vivido presa sem julgamento por mais de 13 dos últimos 19 anos. Agora, é acusada de violar as condições de sua prisão domiciliar após receber uma visita não autorizada de um norte-americano. Com isso, pode pegar até cinco anos de prisão.
Na audiência de ontem, Suu Kyi agradeceu aos diplomatas pelo apoio e disse que desejava vê-los "em melhores dias". Segundo os diplomatas, ela estava "animada" e com boa saúde. Porém a maioria dos diplomatas acredita que a réu será declarada culpada. Ontem, a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton criticou o governo de Mianmar por prender Suu Kyi.