Uma comitiva de 200 empresários turcos deve visitar o Brasil neste semestre, para participar de um evento em São Paulo. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan também manifestou intenção de visitar o Brasil em 2009, aproveitando a realização de mais uma conferência da Aliança das Civilizações.
Esse é um dos resultados do Seminário Empresarial Brasil-Turquia, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerra nesta quinta-feira (21/5) em Istambul. O evento reuniu 150 turcos e 40 brasileiros no Palácio Ciragan, às margens do Canal do Bósforo, construído no início do século 18 pelo Império Otomano.
A informação é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Para ele, as relações com a Turquia estão ;aquém do possível;. Ele citou como exemplo o fato de a Turquia comprar carne e frango brasileiros da Síria.
;Essa viagem foi importante por abrir as portas. Comércio exterior se faz assim, com muita visita, conhecendo um ao outro. Por que não vendíamos carne diretamente para os turcos?;, afirmou o ministro.
O esforço da comitiva brasileira é incrementar o comércio com a Turquia, que ocupa o 51º lugar no ranking dos parceiros comerciais do Brasil, apesar de estar entre as 20 maiores economias do mundo.
Além de ampliar o mercado turco para os produtos brasileiros ; especialmente nas áreas de infraestrutura, petróleo, aviões e alimentos ; o governo brasileiro vê o país como uma ponte estratégica para aumentar o comércio com os países ao sul da Rússia, integrantes da antiga União Soviética, como a Ucrânia e o Cazaquistão.
Lula segue amanhã (22/5) para a capital da Turquia, Ancara, onde tem encontro com o presidente Abdullah Gül. O presidente e o primeiro ministro são do AKP, o partido islâmico vitorioso nas duas últimas eleições.
Em Ancara será ratificado o acordo da Petrobras com a TPAO, estatal turca, para a prospecção de petróleo no Mar Negro. As duas empresas contrataram durante três anos uma sonda norueguesa por US$ 630 milhões. A Petrobras arcará com R$ 520 milhões. A estatal turca, que pagará US$ 110 milhões, usará o equipamento por seis meses.