LA PAZ - O presidente da Bolívia, Evo Morales, aprovou nesta quarta-feira um decreto destinado a apreender propriedades e dinheiro de toda a pessoa acusada de participar de atos secessionistas ou que atentem contra a segurança do Estado, informou o chefe do gabinete civil.
"Este decreto se aplica a todos os cidadãos que estIverem envolvidos em atos que ameacem potencialmente a unidade ou a segurança do Estado; aplica-se a todos aqueles envolvidos direta ou indiretamente", afirmou o ministro Juan Ramón Quintana, em entrevista à imprensa, no palácio de Governo.
Segundo o novo decreto, a apreensão será decretada por um juiz, a pedido de um promotor que, por sua vez, investigará casos de secessionismo ou de atentados contra a segurança do Estado.
A medida - criticada logo de início, por considerar que se presta à perseguição política- surge depois que o governo de Morales e a Justiça denunciaram que prósperos empresários de Santa Cruz, feudo opositor, financiaram um grupo de milicianos que tinha como objeto separar essa região do restante da Bolívia.
Segundo a versão do presidente Morales, essa célula, dirigida pelo falecido Eduardo Rózsa Flores, com nacionalidades boliviana, húngara e croata, planejou formar milícia para separar Santa Cruz da Bolívia, além de projetar o assassinato do próprio presidente.
O governo investiga se há empresários de Santa Cruz que colaboraram com o grupo.
As autoridades de Santa Cruz, o departamento mais rico da Bolívia, levam anos impulsionando seu sonho autonomista - que já teve eco nas regiões de Beni, Pando e Tarija -, motivando um sério enfrentamento com o governo central.