Um novo governo palestino dirigido por Salam Fayyad prestou juramento nesta terça-feira, mas os radicais islâmicos do Hamas já avisaram que não reconhecerão o novo gabinete.
O novo governo tomou posse em solenidade da qual participaram o presidente da Autoridade Palestina e líder do Fatah, Mahmud Abbas. Possui 23 ministros, incluindo Fayyad, dez dos quais pertencem ao Fatah. Quatro mulheres integram o novo gabinete.
A cerimônia teve lugar na Muqataa, o quartel-general da Autoridade Palestina em Ramallah, na Cisjordânia.
De acordo com a presidência da Autoridade Palestina, a cerimônia atrasou devido a divergências de última hora dentro do Fatah.
Salam Fayyad, que apresentara sua renúncia em 7 de março e devia entregar o cargo no fim daquele mês, anunciou no dia 1 de abril que ficaria no cargo aguardando o resultado do diálogo de reconciliação entre o Fatah e o Hamas, realizado no Cairo sob o patrocínio do Egito.
Não houve acordo, e os dois movimentos rivais adiaram as negociações para o início de julho.
O Hamas, que expulsou a Autoridade Palestina da Faixa de Gaza em junho de 2007 e tem seu próprio governo, anunciou que não reconhecerá o novo gabinete.
Em comunicado, o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum, acusou Abbas de "sabotar deliberadamente o diálogo interpalestino". "Este governo é ilegal, e não vamos reconhecê-lo", esbravejou.
Para o Hamas, qualquer governo que não é avalizado pelo Parlamento não tem legitimidade.
Ex-funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI), o economista Fayyad, um político independente, foi nomeado primeiro-ministro em junho de 2007, depois do golpe do Hamas e do afastamento por Abbas do governo dominado pelo movimento radical islâmico.
Ele ganhou o respeito da comunidade internacional por recuperar as combalidas finanças da Autoridade Palestina quando foi ministro das Finanças, de 2002 a 2005.
Aliás, Fayyad também comandará o ministério das Finanças no novo gabinete.
O atual ministro das Relações Exteriores, Riyad al-Malki, fica no cargo. O ministério-chave do Interior, que dirige os serviços de segurança, foi entregue a Said Abu Ali, o atual governador de Ramallah, que sucede a Abdelrazak al-Yahya.