A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, elogiou hoje a disposição do Paquistão "para combater os extremistas" em seu território. Hillary tratou do tema durante a primeira entrevista concedida para a imprensa estrangeira em Washington, em videoconferência e transmitida ao vivo pela internet. Pouco antes, ela anunciou um pacote de US$ 100 milhões para auxiliar o Paquistão. A secretária ainda voltou a afirmar que os Estados Unidos apoiam a criação de um Estado palestino para encerrar o conflito com israelenses.
A violência da recente ofensiva das forças do governo paquistanês, apoiado pelos Estados Unidos, contra o Taleban elevou o número de refugiados para cerca de 1,5 milhão. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) afirmou que a situação paquistanesa pode se tornar semelhante à de Ruanda na época do genocídio, em 1994. "Estamos prontos para fazer mais, se a situação requerer", disse.
A secretária disse também que os EUA estão comprometidos com uma solução de dois Estados no Oriente Médio, para encerrar o conflito entre israelenses e palestinos. "Os palestinos merecem um Estado viável", disse. Hillary ressaltou a importância de os países árabes se envolverem nas negociações. Ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, se encontrou com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Segundo Hillary, Obama expressou durante o encontro a posição norte-americana e pediu que Israel interrompa os assentamentos em territórios palestinos - um dos principais pontos de discórdia entre os dois lados.
Porém, no mesmo dia, o governo de Israel autorizou a abertura de licitação para a ampliação de um assentamento no território palestino ocupado da Cisjordânia. Netanyahu não se compromete com um Estado palestino. O primeiro-ministro israelense costuma preferir em seus discursos falar em uma "paz econômica", na qual incentivos aos palestinos, como criação de empregos e desenvolvimento, poderão melhorar a relação.
Terremoto
Questionada por uma repórter italiana, Hillary elogiou o fato de a próxima reunião do G-8 (os sete países mais desenvolvidos mais a Rússia), em julho, ser realizada em L'Aquila, na Itália. Segundo a secretária, é uma forma de outras nações ajudarem economicamente a cidade, uma das mais atingidas por um terremoto ocorrido em abril. Quase 300 pessoas morreram vítimas do tremor na região central da nação europeia. Hillary também notou que a participação de outros países de fora do G-8 no evento "será importante".