ISLAMABAD - Mais de um milhão de pessoas fugiram aos combates entre as forças governamentais e os talibãs no noroeste do Paquistão nas duas últimas semanas, anunciou neste sábado o Acnur, enquanto o exército se mantinha às portas de Mingora, principal local do Vale do Swat.
"Registramos desde dois de maio 1,171 milhão de pessoas desabrigadas", declarou o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Antonio Guterres, pedindo ajuda internacional, durante uma entrevista à imprensa ao final de uma visita de três dias ao Paquistão.
As famílias continuam fugindo dos três distritos envolvidos, a pé ou exprimidas em caminhões e tratores, para se refugiarem em acampamentos.
Elas se juntam a quase 500 mil desabrigados que já haviam fugido do noroeste do país ano passado diante dos avanços dos rebeldes talibãs que impuseram à força uma versão fundamentalista da lei islâmica.
"Somando os mais de 500.000 desabrigados de antes de maio, chegamos a um número impressionante, sabendo que cada um deles é um caso a discutir", destacou.
O chefe do HCR reiterou seu apelo aos doadores, enquanto sua agência considera que diversas centenas de milhões de dólares de ajuda internacional são necessários para financiar a assistência aos desabrigados.
"Não é momento de fazer gestos simbólicos (...). É hora de dar um apoio em massa a estas pessoas", insistiu.
As forças de segurança paquistanesas lançaram no fim de abril uma ofensiva em três distritos do noroeste do país (Lower Dir, Buner e Swat) para conter o avanço dos talibãs, aliados à Al-Qaeda.
Segundo as associações de defesa dos direitos humanos, este êxodo que ela provoca é o maior no Paquistão desde sua separação da Índia em 1947.