Desde 2001, 145 condenações por terrorismo foram pronunciadas por tribunais federais americanos, contra apenas três para os tribunais militares de exceção de Guantánamo.
Em maio de 2007, o "talibã australiano" David Hicks se declarou culpado de "apoio material ao terrorismo", em troca de uma pena de apenas nove meses e da garantia de que poderia cumprir a mesma em seu país.
Detido no Afeganistão no fim de 2001, Hicks admitiu ter ficado em um campo de treinamento com talibãs e membros da rede terrorista Al-Qaeda. Ele passou cinco anos em Guantánamo.
Foi preciso esperar o dia 21 de julho de 2008 para ver a abertura do primeiro julgamento na sala de audiências ultramoderna construída na base naval americana de Guantánamo, em Cuba, com o ex-motorista de Osama bin Laden, o iemenita Salim Hamdan, sendo acusado de "complô" e "apoio material ao terrorismo".
Depois de duas semanas de julgamento, Hamdan foi considerado culpado da segunda acusação, e absolvido da primeira.
Assim, foi condenado a cinco anos e meio de prisão, sendo que já tinha cumprido cinco anos em Guantánamo.
Transferido ao Iêmen no fim de novembro, Hamdan foi definitivamente libertado no dia 12 de janeiro deste ano.
Em 25 de outubro, começou na mesma sala de audiências o processo de Ali Hamza Ahmad al-Bahlul, um iemenita de 39 anos acusado de fazer a promoção de Osama bin Laden. O réu se recusou a falar e ordenou a seu advogado que fizesse o mesmo. Oito dias depois, foi considerado culpado de "complô" com Bin Laden "para assassinar pessoas protegidas, atacar civis e cometer outros crimes", de "incitação ao assassinato e a atos de terrorismo" e de "apoio material ao terrorismo". O júri militar o condenou à pena máxima, a prisão perpétua.
Previsto para começar em outubro passado, o julgamento de Omar Khadr, um canadense detido no Afeganistão quando tinha apenas 15 anos, já foi adiado várias vezes.