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Papa canta ode pela paz ao lado de rabino e imame

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O Papa Bento XVI entoou nesta quinta-feira uma ode pela paz ao lado de um rabino e de um imame, durante seu encontro com líderes religiosos da Galileia no auditório do santuário da Anunciação de Nazaré. O pontífice aproveitou para pedir a todas as religiões que "protejam suas crianças contra o fanatismo". "Salam, Shalom, Deus, conceda-nos a paz" começou a entoar o rabino Alon Goshen-Gottstein, que foi então acompanhado pelo Papa e pelos dignitários religiosos presentes - cristãos, judeus, muçulmanos e drusos, que se levantaram dando-se as mãos. Com este gesto simbólico e fora do programa foi concluído o encontro com os líderes religiosos da Galileia, que encerrou a passagem de Bento XVI por Nazaré, cidade onde, segundo a Bíblia, Jesus passou sua infância. "Os cristãos se unem aos judeus, muçulmanos, drusos e outras religiões com o desejo de proteger as crianças do fanatismo e da violência e de prepará-las para ser os construtores de um mundo melhor", declarou o Papa. "A Galileia é uma terra conhecida por sua diversidade religiosa e étnica. É a terra de um povo que conhece os esforços para obter uma convivência harmoniosa", completou. "Nossas tradições religiosas diferentes têm a força de promover uma cultura de paz". "A própria paz é um dom de Deus, mesmo que não possa ser atingida sem os esforços do homem", afirmou Bento XVI. Pela manhã, durante a missa mais concorrida de sua viagem à Terra Santa, celebrada no Monte do Precipício - local onde, segundo os Evangelhos, a multidão furiosa tentou jogar Jesus no abismo por seus duros sermões -, o Papa instou cristãos e muçulmanos a não aceitar o ódio. "Convido (...) a construir pontes, a encontrar uma coexistência pacífica. Que cada um rejeite o poder destrutivo do ódio e do preconceito, que matam a alma humana mais do que o corpo", clamou, diante dos 40.000 fiéis que participaram da missa ao ar livre. O pontífice viajou de helicóptero de Jerusalém a Nazaré, a maior cidade árabe de Israel, com 60.000 habitantes - 30% cristãos. "Infelizmente nestes últimos anos, as tensões afetaram as relações entre cristãos e muçulmanos", reconheceu o chefe da Igreja católica durante a homilia. "Convido as pessoas de boa vontade das duas comunidades a reparar os danos causados" e a trabalhar para "construir pontes e encontrar uma maneira de chegar a uma coexistência pacífica", acrescentou. Antes de deixar Nazaré, Bento XVI conversou a portas fechadas com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com quem analisou temas como "o processo de paz e formas de fazê-lo avançar", informou o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano.