O ex-vice-presidente americano Dick Cheney defendeu mais uma vez neste domingo (10/05) os controvertidos métodos de interrogatório praticados durante o governo de George W. Bush contra suspeitos de terrorismo, afirmando que "salvaram milhares de vidas".
"Estou absolutamente convencido de que salvamos milhares, talvez até centenas de milhares, de vidas", declarou Cheney à rede CBS, insistindo em que a rede terrorista Al-Qaeda se preparava para atacar uma cidade americana com uma bomba nuclear.
Uma das primeiras decisões tomadas pelo atual presidente, Barack Obama, foi proibir as técnicas de interrogatório consideradas como tortura, como a simulação de afogamento.
No fim de abril, o governo de Obama desarquivou notas internas redigidas em 2002 e 2005 por juristas do departamento da Justiça, que forneciam à CIA a base jurídica para infligir diversos maus-tratos aos suspeitos de terrorismo.
No entanto, Cheney pediu que também sejam publicadas duas notas que mostram, segundo ele, que estas práticas permitiram à CIA impedir atentados terroristas.
"Estas notas existem. Vi elas. Até tive elas nos meus documentos", garantiu Cheney.
"Se vamos ter um debate sobre a utilização de técnicas de interrogatório polêmicas, é preciso que este debate seja completo. As pessoas têm que ter acesso a estas notas, e os jornalistas precisam ter todos os elementos em mãos para poder avaliar o que conseguimos fazer", declarou.
Estas notas "se referem com detalhes a diversos atentados que estavam planejados, e à forma como estes atentados foram impedidos", insistiu o ex-vice-presidente.
Dick Cheney reafirmou que Obama tornou os Estados Unidos mais vulneráveis a um eventual ataque terrorista.